quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Elites de Washington

"Há uma ironia deliciosa na queda de Michael Flynn, Conselheiro de Segurança Nacional do Presidente Trump, que renunciou ao cargo apenas 24 dias após sua nomeação. Um tenente general de três estrelas reformado, Flynn tinha sido diretor da Agência de Inteligência de Defesa durante a administração de Obama. Naquele papel desde 2012, foi um jogador-chave na liderança do vasto aparelho de inteligência americano com uma despesa de 50 biliões de dólares que vem espionando cada vez mais não apenas os americanos, mas também os aliados dos Estados Unidos e, na medida do possível, o mundo inteiro. Flynn, como diretor da DIA, era o principal responsável pelo chamado grupo de agências de inteligência "Five Eyes", abrangendo todas as nações de língua inglesa incluindo os EUA, Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Canadá, que coordenou a espionagem... Trump é um indivíduo perigosamente narcisista e sociopata, inadequado para estar administrando um país que tem a capacidade de destruir a terra muitas vezes...Afinal de contas, uma coisa importante que ele fez, de forma bastante aberta e consistente, foi a ideia muito racional e louvável de desagregar os anos de propaganda anti-Rússia de medo e guerra que estavam acontecendo sob a administração Obama e de afastar a política externa do país do caos e das políticas de mudança de regime, tanto dos anos de Bush como de Obama, para uma postura mais isolacionista de viver e deixar viver.... É tudo apenas jogos de poder secretos entre as elites em Washington, com o povo americano no papel de simples espectador. Diga o que se quiser sobre Trump, mas ele foi eleito pelos eleitores dos Estados Unidos sob as regras arcanas estabelecidas pelos fundadores. Se ele vai ser removido, deve ser por um processo aberto de impeachment, com acusações publicadas, debatidas publicamente e votado publicamente por membros do Congresso que foram eleitos pelo povo. Não deve ser feito por uma estratégia cronometrada de esforços de espionagem secretos pelas agências de inteligência.
Boa viagem para Flynn. Ele merece suportar um destino que ajudou a tornar possível. Mas vamos também ver isso como um aviso de que o estado de segurança nacional atravessou uma linha principal e precisa ser desvendado, reduzido tremendamente, e colocar em numa rédia muito curta realizada por defensores do Congresso genuíno da Declaração dos Direitos. (David Lindorf- Counter Punch).

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