Descobri a artista
Marisol Escobar por acaso no
Whitney Museum de Nova Iorque. E fiquei admirada porque foi tão esquecida pelos historiadores da arte que repensam as inclusões e exclusões da história da arte. Esta escultora nascida em França de pais venezuelanos viveu grande parte da vida nos Estados Unidos. Morreu em 2016 com 85 anos em Nova Iorque. Tornou-se famosa nos anos da pop. Afinal,
Marisol não era uma figura marginal na cena do pós-guerra; até expôs na galeria de
Leo Castelli em 1957 ao lado de
Rauschenberg e
Jasper Johns, apareceu nos dois dos filmes mais importantes de
Andy Warhol, e teve o seu trabalho apresentado tanto na
Bienal de Veneza como na
Documenta. Só no ano passado, figurou com destaque em "
The World Goes Pop", na
Tate Modern, e "América é difícil de ver", o show inaugural do novo Museu Whitney de Arte Americana; numa retrospectiva de 2014 de Memphis que viajou para o El Museo del Barrio de Nova Iorque. Resistindo ao aspeto liso do alto modernismo e da arte comercial, ela esculpia retratos de celebridades e de pessoas comuns com formas em blocos de madeira tosca, que complementava com marcas pintadas e o ocasional
readymade. Seu trabalho tornou-se figurativo quando a abstração reinou suprema, afirmou a sexualidade das mulheres apesar dos tabus sociais, e recorreu a formas primitivas e folclóricas bem depois que a arte se tornou mínima e conceitual. Uma das minhas obras favoritas de
Marisol é um casaco de couro beige de mulher, agora guardado no Instituto de Figurinos do
Metropolitan Museum. É uma obra de arte fabulosa. A estranha colisão do pintado e do real, nu e vestido, revela as dívidas de
Marisol ao Surrealismo Sem dúvida que merece um lugar de grande destaque na história de arte.
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