O líder do Podemos, um novo partido espanhol que inesperadamente teve 8% dos sufrágios, traduzido em cinco deputados europeus, mostrou-se um grande admirador da "revolução" venezuelana. Na minha primeira avaliação sobre Pablo Iglésias, um rapaz com o cabelo comprido amarrado em rabo de cavalo e o adorno das pulseiras, achei que era um idealista vagamente anarquista, portanto uma boa aquisição para temperar o cinzentismo do Parlamento Europeu. Afinal é o hipócrita de um fanático que foi assessor de Hugo Chávez, "o invencível que tinha superado a crise na Venezuela, recuperando a democracia". Este jovem (1978) professor da Universidade Complutense deu na quarta-feira uma conferência de imprensa com pequeno-almoço incluído no luxuoso Hotel Ritz de Madrid onde foi questionado por um ex-emigrante na Venezuela que lhe perguntou se também tinha assessorado a repressão exercida pelo regime e o vazio da prateleiras dos supermercados onde não há comida nem os produtos mais básicos. Segundo o jornal El País, a Fundação de Estudos Políticos e Sociais (CEPS) que suporta o Podemos, actualmente a quarta força política de Espanha, recebeu 3,7 milhões da Venezuela.
Concordo com Rosa Díez quando diz que o Podemos não se distingue da Frente Nacional de MarineLe Pen. Ambos defendem o não pagamento da dívida e a nacionalização dos sectores estratégicos. O politólogo Pablo Iglésias, que há dois anos atrás falava da Argentina (agora na bancarrota) como um modelo a seguir pela Europa, é um fenómeno criado pelos inúmeros programas de televisão onde tem participado. Citando o escritor Javier Marias: vivemos numa época em que qualquer canalha tem sucesso.
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