Li uma entrevista muito interessante de Michel Houllebecq. Fala do colapso da civilização ocidental. Dos intelectuais franceses famosos como Jean-Paul Sartre, Jacques Derrida, Gilles Deleuze, Jacques Lacan ou Michel Foucault que considera "obscuros, vazios e incompreensíveis". Concordo plenamente. E acrescento que as teorias destas celebridades contribuíram para liquidar as artes plásticas. Ateu confesso, Houllebecq diz que normalmente as religiões ajudam a organizar as sociedades. No caso do islamismo radical, ocorre o contrário. Provoca a desestruturação. "Os atentados aconteceram e vão voltar a acontecer". Sem negar a realidade dos populismos, lembra que se tem chamado de populismo a "qualquer tentativa de tirar o poder às elites". Há quem seja acusado de populista por "especialistas em estratégias de desqualificação", embora reconheça que existem demagogos populistas e perigosos. Mas também afirma que não existe em França um equivalente a Donald Trump. Associá-lo a Marina LePen é um erro grosseiro. Coisa da velha esquerda com roupagem nova e da imprensa idiota que deturpa tudo. "Trump será perigoso se retomar o comportamento tradicionalmente belicista dos republicanos. Se não fizer isso, poderá não se sair mal. A política tem um lado folhetinesco de jogos de poder, ambições, ascensões e quedas que por vezes se torna um tanto enfadonha". Sobre o projecto europeu insiste que se baseia em pilares falsos. "Não passa de uma ideia de tecnocratas que nunca compreenderam as especificidades de cada país", sublinhou.
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