A ideia da subcultura foi a inspiração de
Kris Van Assche, o director criativo da
Dior Homme que apresentou a sua colecção masculina Outono/ Inverno 17-18 no Grand Palais de Paris. Traduz-se numa linha de alfaiataria contemporânea que incorporou as pinturas do americano
Dan Witz. Convincentes retratos foto-realistas das multidões que se amontoaram nos concertos de música. Nascido em Chicago (1957) mas baseado há anos em Brooklyn, tocou em bandas punk antes de assumir a pintura em tempo integral. Nos anos 80 foi guitarrista de apoio de
Glenn Branca, tocando ao lado de Thurston Moore, Lee Ranaldo e Michael Gia. Continuou a ter interesse na música ao vivo e no caos desses ambientes através da sua pintura. Começou a série
Mosh Pits em 2000 que foi devidamente comemorada numa exposição individual com o título de
New York Hardcore em 2014. Formado em arte pela Union Cooper, afirma que a
Hardcore é uma subcultura durável. "Quando cheguei ao punk rock no final da década de 70, a parte verdadeiramente transgressora tinha terminado. Só sobrou cortes de cabelo e moda. Aquela atitude de "não nos importamos o que pensam de nós' (que eu amei) tinha desaparecido. Hardcore, embora menos mercurial possui uma impureza no seu centro que resistiu ao teste do tempo. O impulso básico do hardcore que inspira as minhas pinturas - aquele YAWP bárbaro que soa sobre os telhados do mundo (
Walt Whitman)- parece ficar cada vez mais intenso e urgente a cada dia".
Conheci
Dan Witz em finais de 90
e não me parece que exista um conflito entre o artista rebelde e o pintor realista que exibe as suas obras numa galeria do Chelsea. O dinheiro das vendas permite-lhe continuar a fazer peças de street art. É um indivíduo incrível. Está na última fotografia ao lado do designer da Dior.
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