O fotógrafo e cineasta francês
Jean Painlevé (1902-1989), uma figura original nas artes do século XX, tem parte da sua obra exposta até 4 de Junho na
Ikon Gallery de Birmingham, na Inglaterra. São imagens peculiares da vida marinha registadas numa série de filmes, bem como fotografias e jóias. Foi um dos artistas de vanguarda que trabalhou na década de 20 em Paris, juntamente com Luis Buñuel, Sergei Eisenstein, Man Ray e Alexander Calder. O nariz do camarão, as espinhas do cavalo-marinho ou as garras de um caranguejo causaram sensação na época. Um dos filmes mais famosos deste apaixonado pela ciência foi L'Hippocampe ou Cheval Marin de 1934 que provocou a ira dos censores por mostrar cópulas. Estrelas da arte global, como
Pierre Huyghe e
Philippe Parreno, defenderam os filmes aquáticos de Painlevé que, nos últimos anos, foram vistos em exposições colectivas, tornando-se um ponto de referência para a crescente obsessão do mundo artístico pelo reino animal. Os seus métodos eram muito mais caseiros do que os de
Steve Zissou, o herói de
Wes Anderson. Em vez de tubarões leopardo, os protagonistas dos filmes de Painlevé eram pequenas criaturas: camarões, lulas, polvos, lesmas ou caracóis capturados à mão em águas rasas ao largo da costa da Bretanha.
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