Para já, acho tudo isto estúpido e racista. Para não lhe o chamar uma manifestação de fascismo negro da sociedade de espectáculo. A pintura com o título
Open Casket que está exposta na 78ª edição da Whitney Biennial de Nova Iorque tem sido alvo de duras críticas pela "sua insensibilidade racial". A obra retrata o corpo de
Emmett Till, um miúdo de 14 anos que foi brutalmente assassinado em 1955 por ter assobiado a uma mulher branca. A questão tem a ver com o facto da autora ser
Dana Schutz, uma artista americana branca. Quanto à pintura deriva de uma fotografia do corpo de Till que foi publicada em revistas por iniciativa da mãe do rapaz, desempenhando um impulso no movimento dos direitos civis. O artista negro
Parker Bright tem protestado pacificamente junto da pintura desde a abertura da exposição. Usa um t-shirt que diz na frente, "no lynch mob" e "black death spectacle" na parte de trás. Num vídeo qualificou a pintura como "uma injustiça para a comunidade negra", acrescentando que perpetua "o mesmo tipo de violência" que sofreu Till. Estas preocupações tiveram eco nas redes sociais. O fotógrafo
Emmanuel Olunkwa escreveu: "A obra de Schutz perpetua o que ela procura activamente criticar, fetichiza a morte negra e normaliza a violência que os negros vivenciam diariamente". A artista
Hannah Black escreveu uma carta aberta aos curadores e funcionários da Bienal pedindo-lhes para remover e destruir o trabalho. Considera que não é aceitável uma pessoa branca "transmutar o sofrimento dos negros em lucro e diversão". Numa declaração enviada por e-mail para o jornal
The Guardian, a branca
Dana Shultz respondeu: "Eu não sei o que é ser negro na América, mas eu sei o que é ser uma mãe. Emmett era o único filho de Mamie Till. Este pensamento está além da compreensão". Os curadores Christopher Y. Lew e Mia Locks, responsáveis pelas escolhas da Bienal, encontraram-se com Bright para discutir o seu protesto. Lew disse à revista
Artnet: "Para nós, era uma questão que abrange todas as raças. Há negros assassinados, mas num sentido maior este é um problema americano".
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