quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Thomas Porcher


Thomas Porcher, doutorado em economia pela Sorbonne, é a nova coqueluche da esquerda-esquerda francesa. Tem 41 anos e escreveu um livro intitulado Traité d`Economie Herétique que vendeu em poucos meses 15 mil exemplares. Diz que Macron é um liberal, produto das academias e das agências de publicidade. Acha possível uma nova crise económica: " Alguns economistas dizem que sim, como Danny Lang ou Steve Keen. Eu não tenho a certeza. Mas quando olhamos para a situação de hoje em relação à crise de 2008, nada foi resolvido. As finanças ainda estão muito desregulamentadas e os bancos continuam a especular. Trump quer desregulamentar os mercados financeiros que podem tornar a economia global ainda mais instável. Tudo pode acontecer porque nenhuma lição foi aprendida. É provável que uma crise se repita. Não sei quando, mas as consequências poderiam ser ainda piores do que em 2008, porque a esfera pública é menos poderosa e muitos países não recuperaram seu nível de riqueza antes de 2008".
Sobre a União Europeia também é crítico: "Criámos o mercado único pensando que a livre concorrência nos faria felizes. Agora percebemos que ocorreu exatamente o oposto. O objetivo dos países da União Européia é reduzir os impostos, baixar os custos laborais, os direitos sociais, e tirar parte do mercado de seu pequeno vizinho. A Alemanha fez isso. Luxemburgo e a Irlanda também, baixando os impostos. A França, que reduziu o custo de trabalho com a CICE, pretendia ser mais competitiva que a Alemanha. Devemos parar com este mito dos países europeus que seriam parceiros, somos concorrentes. A Europa, tal como foi criada, põe em competição os modelos sociais de cada país, mas também as escolhas das políticas econômicas. A política monetária, por exemplo, é mais adequada para a Alemanha do que para os países do sul da Europa. Quando se cria um monstro tecnocrático e fica preso no  seu nariz, não deveria se surpreender que os populistas anti-europeus estejam aumentando em toda a Europa".

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