Zohra Opoku mistura fotografia e tecido para investigar as conexões entre códigos de vestimenta e cultura. A artista germano-ganesa viveu durante vários anos no Gana, onde tem o estúdio, com exceção de algumas residências internacionais. O andar térreo está cheio de enormes telas usadas para produzir as suas imagens têxteis em grande escala, muitas das quais pendem das paredes. Ela retrata os seus irmãos vestidos com roupas tradicionais, gravuras menores foram transferidas para o tecido fornecido pela a avó, antes de serem costuradas com linha verde. Para ela, trata-se de construir uma "memória colectiva" baseada na sua história familiar e em investigações mais amplas sobre a identidade cultural. Na prática artística de Zohra, os têxteis adquirem enorme importância. As impressões são produzidas em tecidos de segunda mão que dão uma textura mais áspera e orgânica do que o que ela chama de papel “rígido e inflexível” como matéria-prima dos retratos. Na série
Harmattan Tales, passou um tempo com mulheres muçulmanas nos Emirados Árabes Unidos e no Gana para explorar diferentes interpretações do véu. Os resultados são uma impressionante colecção de peças que parecem ter sido arrancadas de uma memória temporária ou descobertas numa caixa esquecida de retratos de estúdio.
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