A notícia de que
Gavin Brown estava a fechar a sua galeria provocou uma onda de choque no mundo das artes plásticas de Nova Iorque. O galerista tinha adquirido um enorme prestígio. Começou no início dos anos 90 com uma pequena galeria perto do Holland Tunnel. Representou Elizabeth
Peyton, Peter Doig, Chris Ofil, Jake e Dino Chapman. E mais tarde descobriu artistas como Arthur Jaffa, Urs Fischer e Martin Creed que eram praticamente desconhecidos. Abriu um bar na galeria e se reinventou muitas vezes. Quando as galerias de peso prosperavam no bairro de Chelsea, em 2010 alugou e renovou uma enorme e antiga fábrica de quatro andares no Harlem. Custou-lhe caríssima essa aposta megalómana. Gavin Brown teve de vender quase tudo o que possuía para renovar o espaço. As vendas não eram altas e alguns dos seus artistas de primeira linha mudaram-se para outras galerias com mais peso (dinheiro). O mercado não estava interessado numa dita arte radical, até porque o universo da arte já não é radical.. O Covid 19 só veio agravar os problemas que a galeria já tinha. Não podia sobreviver.
Gavin Brown, para garantir a sua existência como galerista, aceitou a proposta de fusão com
Barbara Gladstone e levou consigo 10 dos seus artistas.
Kenny Schachter escreveu: "Este é o prenúncio de consolidações e fechos de galerias sem precedentes, superando em muito a contenção após o colapso financeiro de 2008. Gavin cometeu alguns erros infelizes que lhe custou a sua autonomia. Eu amo-o, mas pode ser arrogância ele pensar: '"meus servos me seguirão até o fim do mundo ... e me darão o seu dinheiro como adeptos cegos de Scientology". As galerias que esperavam abrir em Junho ou Julho agora enfrentam a perspectiva de que essa abertura condicionada se prolongue indefinidamente As mais fracas já estão negociando a baixa do aluguer, elaborando planos de pagamento com empresas de armazenamento e expedição e trabalhando remotamente todos os dias para obter vendas em condições quase impossíveis. É uma ilusão imaginar que possam voltar em breve ao normal anterior ao COVID-19 Mas se Gavin não consegue sobreviver, quem poderá?" No Twitter,
Jason Farago, crítico de arte do
New York Times, considerou
Gavin Brown Enterprise como "uma galeria que definiu Nova Iorque nos últimos 20 anos".
Jerry Saltz , crítico da
New York Magazine twittou com algum exagero: "Gavin Brown tem sido e é um dos maiores dealers de arte dos últimos 100 anos. Ele já mudou o mundo muitas vezes".
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