domingo, 8 de junho de 2014

Suicídio

Eis alguns extractos de um artigo do João Lopes, com que me identifico, sobre as trapalhadas do Partido Socialista. (Blogue Sound+Vision)
"Sou dos que pensam que a dicotomia direita/esquerda é escassa para viver o espaço da política na sua dimensão primordial: a boa gestão da polis. Mais do que isso: penso que a disponibilidade para pensar também para além de tal escassez é uma das heranças mais genuínas — e também mais menosprezadas — do espírito do 25 de Abril..."
"Com eleições primárias, congressos antecipados ou homéricos "debates" internos, o PS empurra-se, assim, para a sua ruidosa morte política, encenada em vistosos efeitos especiais de apurada concepção televisiva. O partido acomodou-se mesmo a viver exangue , através de um calendário estupidamente democrático (a defesa da democracia não nos deve impedir de discutir a estupidez que a pode minar) que, na prática, vai colocar toda a sua existência num limbo de meses e meses em que a única mensagem possível será: "Esperem um pouco que nós já voltamos e, então, transformaremos a utopia num futuro radioso..."
"Como se voltou a provar pela colagem do PS à mais recente moção de censura ao Governo apresentada pelo PCP, falta ao PS — a todo o PS — a coragem ideológica e institucional de dizer, serenamente e sem ambiguidades: "Não temos nada a ver com o espaço e as práticas actuais dos partidos comunistas"
" É triste ver como António José Seguro e António Costa aceitam, todos os dias, protagonizar o espectáculo de fulanização política em que o país passou a viver. Isto porque deixou de ser possível equacionar qualquer gesto político sem pensar a sua dimensão de tele-política — que a esquerda que eles representam, ou dizem representar, não seja capaz de prestar um segundo de atenção a tal estado das coisas, eis o que diz bem da trágica fragilidade do seu pensamento".

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