domingo, 22 de novembro de 2015

Fadi Yazigi


O artista Fadi Yazigi, que tem actualmente uma exposição na Yallay Gallery em Hong Kong, é dos 150 sírios resistentes que mantêm o panorama da arte de Damasco com alguma viabilidade. Não foi sempre assim. A partir dos anos 1950 e 1960, a Síria desenvolveu um programa de artes financiados pelo governo que foi prosperando na Faculdade de Belas Artes, enfatizando uma visão de futuro. Influenciados pelo exuberante estilo otomano tardio e também pelo colonialismo francês, os modernistas de meados do século passado no Médio Oriente definiram uma certa estética. Alimentado por um mercado em ascensão devido ao desenvolvimento do Golfo, Damasco floresceu entre 2004 a 2011. Surgiram numerosas galerias comerciais e espaços de arte sem fins lucrativos pela primeira vez no Dubai e depois no Qatar. Mas desde a guerra civil síria, provocada pelas revoltas da Primavera Árabe, todas as actividades artísticas cessaram. "Eu sinto que tenho de documentar o que está acontecendo aqui. O centro de Damasco ainda é seguro", afirma Yazigi que utiliza argila seca proveniente de terra arrasada pelo ISIS. As suas peças fazem referência aos grandes relevos em terracota e esculturas de alabastro da Mesopotâmia e da Síria. Nas suas pinturas parece ecoar o modernismo de Marc Chagall e do lituano Ben Shahn que emigrou com a família para Nova Iorque onde faleceu em 1969.

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