sábado, 14 de novembro de 2015

O fetichista


 Foi apelidado "o mágico da arte erótica" por André Breton. De facto as colagens fetichistas de Pierre Molinier são impressionantes. Este artista, nascido na França em 1900, desafiou as normas sociais. Viveu os excessos do hedonismo na sua verdadeira expressão. Homossexual e travesti numa época em que ambas as opções eram desaprovadas, mergulhou na cultura underground da década de 20, juntando-se a uma sociedade secreta de pessoas com os mesmos interesses que cultivavam o erotismo e a magia. Participou com trabalhos na Exposição Internacional Surrealista, ganhando assim a reputação oficial de artista do movimento. A sua investigação sobre o fetichismo e a depravação, através da pintura e da fotografia, culminou numa série de retratos e auto-retratos em que se apresenta muitas vezes no papel de mulher dominatrix ou do demónio. Um grande amante das armas de fogo, morreu de um tiro auto-infligido. Mas a sua influência continua a ressoar na arte contemporânea. Visível em artistas como Cindy Sherman, Robert Mapplethorpe ou Ron Athey.


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