sábado, 21 de julho de 2018

Deep State

É uma versão. Uma análise. Mas tem alguma lógica. "Acusado de traição ou incompetência por tomar partido de Vladimir Putin contra os seus próprios serviços secretos, os comentadores da imprensa consideram seus dias contados desde que o establishment republicano e a Fox News saltaram na garganta do presidente americano. A imprensa só veio a Helsínquia para forçar Trump a envergonhar Putin. E admitir que a sua eleição não era legítima. Trump, como o poker, superou, fiel ao seu instinto, denunciando publicamente a "caça às bruxas". Mas isso não é suficiente para explicar o pânico nos olhos dos seus acusadores público. Convém perguntar: qual é o medo desse "partido único" que tem governado Washington desde 1945? Tentou desesperadamente cancelar a cimeira de Helsínquia. Ainda pior. Putin e Trump conversaram um com o outro (com seu intérprete) por mais de duas horas. O que disseram para irritar ranto o Deep State? Existe uma nova campanha de revelações em preparação contra o partido único? E porque razão Trump recontou a história do servidor do Partido Democrata, os 35.000 e-mails de Hillary Clinton ou do paquistanês Imran Awan que dirigiu a informática democrática no Congresso? Trump foi ver Putin como de Gaulle foi para Baden-Baden? Para se proteger do actual golpe contra ele pela coligação dos serviços secretos anglo-saxões? Putin deu-lhe informações? Talvez.
Putin, depois de mencionar Soros, produziu a "sua" lista de alvos ocidentais a serem indiciados (lista confirmada nas horas que seguiram seu Procurador Geral). Uma lista para dissecar com atenção, porque cada nome esconde vários ainda não mencionados. Esta lista revela dois nexos. O primeiro (sempre voltamos a ele) é a rede político-financeira de Clinton que o Departamento de Justiça de Trump hoje pretende analisar. A segunda é a grande quantidade de actores estatais que lidam com o chamado caso de falsificação "inglês" e russo (provavelmente contra opositores de Putin) que desencadeou a cascata de iniciativas "legais".Tanta gente que a polícia de Putin quer interrogar. Para não mencionar o demiurgo: o discreto e poderoso Bill Browder que é o iniciador da nova Guerra Fria entre Washington e Moscovo. Porque quem diz Browder diz Magnitsky, assim diz McCain. Daí o reflexo Republicano que nunca vai querer deixar emergir uma verdade: o senador McCain e seus amigos neo-conservadores e os Clinton que seria os autores da primeira tentativa de "mudança de regime" no seu próprio território. Ainda em andamento. Enquanto isso Trump sobrevive, esperando não acabar como Salvador Allende. (Artigo de André Archimbaud)

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