Elites corruptas

"A Rússia tentou influenciar a eleição? Sem dúvida. É isso que os governos fazem. Os Estados Unidos interferiram em 81 eleições de 1945 a 2000, segundo o professor Dov Levin da Universidade Carnegie Mellon. As suas estatísticas não incluem os numerosos golpes que orquestrámos em países como Grécia, Irão, Guatemala e Chile ou a desastrosa invasão da Baía dos Porcos em Cuba. Nós financiamos indiretamente a campanha de reeleição de Boris Yeltsin, na Rússia, dispendendo 2, 5 biliões de dólares. Mas fez a Rússia, como alega o establish do Partido Democrata, balançar a eleição para Trump? Não. Trump não é fantoche de Vladimir Putin. Ele faz parte da onda de populistas de direita, de Nigel Farage e Boris Johnson na Grã-Bretanha ou de Viktor Orbán, na Hungria, que têm aproveitado a raiva e frustração nascido de um sistema econômico e político dominado pelo capitalismo global e em que os direitos e aspirações das pessoas que trabalham, não importa. O Partido Democrata, como as elites liberais na maior parte do resto do mundo industrializado, seria varrido do poder num processo político aberto e desprovido de dinheiro corporativo....Essa miopia e auto-interesse nu pode garantir um segundo mandato a Donald Trump. Até pode fortalecer ainda mais a orla lunática que é leal a Trump. Ele pode continuar a erodir a credibilidade do sistema político. A escolha das elites do Partido Democrata é clara: não estão interessados ​​na reforma. Estão determinados a silenciar qualquer pessoa, como Assange, que expõe a podridão dentro da classe dominante. Beneficia do nosso sistema de suborno legalizado. Beneficia da desregulamentação de Wall Street e da indústria de combustíveis fósseis. Beneficia das intermináveis ​​guerras. Beneficia do cerceamento das liberdades civis, incluindo o direito à privacidade e ao devido processo legal. Beneficia da polícia militarizada. Beneficia de programas de austeridade. Beneficia do encarceramento em massa. É um facilitador da tirania, não um impedimento.
Demagogos como Trump, Farage e Johnson, é claro, não têm intenção de alterar o sistema de pilhagem corporativa. A ironia é que a  interferência séria na eleição presidencial não veio da Rússia. O Partido Democrata, superando qualquer um dos truques sujos empregados por Richard Nixon, expurgou centenas de milhares de eleitores primários dos registros, negou aos registrados como independentes o direito de votar nas primárias, usou superdelegados para levar a votação a Hillary Clinton, sequestrou o Comitê Nacional Democrata, para servir à campanha de Clinton, controlou a mensagem dos meios de comunicação como MSNBC e The New York Times, roubou a bancada da Nevada, gastou centenas de milhões de dólares de dinheiro corporativo sombrio na campanha de Clinton e resolveu os principais debates. Esta intromissão, que roubou a nomeação de Bernie Sanders, que provavelmente poderia ter derrotado Trump, não é mencionada. A hierarquia partidária não fará nada para reformar seu processo corrupto de nomeação...." (Chris Hedge, Prémio Pulitzer via Truthdig).