quarta-feira, 18 de março de 2020

Juliano-Villani




A primeiro exposição individual de Juliano-Villani aconteceu em 2013 numa pequena e agora extinta galeria em Brooklyn. Eu estive lá. Sempre que estou em Nova Iorque vou espreitar as galerias de Brooklyn. Num desses percursos, na companhia do fotógrafo António Moutinho, encontrei numa dessas galerias o músico David Byrne que é coleccionador de arte. Achei estranhas as pinturas das lagostas de Villani mas não me saiam da cabeça.  Era uma artista desconhecida. Sete anos depois, o seu trabalho está nas colecções do Hammer Museum, em Los Angeles, do Brooklyn Museum e do Whitney Museum, em Nova Iorque. Os coleccionadores atropelam-se para adquirir as pinturas desta artista de 33 anos Desde o início, Hans Ulrich Obrist, curador e director das Galerias Serpentine em Londres, visitou o atelier de Villani e ficou fascinado com as suas diversas referências. Em 2014 a curadora do MoMA PS1, Ruba Katrib, disse: "Ficou claro que ela estava citando tantas coisas e fazendo muitas pesquisas para construir as suas pinturas". E colocou Juliano-Villani na sua primeira expo institucional, organizado com a artista Camille Henrot no SculptureCenter, em Queens. A curadora de Whitney, Laura Phipps, viu o trabalho da artista naquela época e afirmou. "Lembro-me de pensar que ninguém estava pintando assim, nesta escala com essa especificidade estranha e realismo desorientador".
A mistura incómoda de referências nas pinturas de Juliano-Villani parecem-me desconcertantes. Ela cria imagens a partir de fotografias, memes, filmes, televisão e história da arte, para as composições de cores brilhantes que a tornaram uma das artistas mais emocionantes da actualidade.

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