Morreu na semana passada em Milão a artista e designer
Nanda Vigo. Com um estilo retro-futurista criou
objetos, iluminação, esculturas e interiores que parecem habitar o espaço como criaturas de outro mundo. Nos últimos anos teve um grande reconhecimento público, com prémios e exposições individuais na Rússia e na Alemanha, e mais recentemente em Milão no Palace Reale. Vigo participou em importantes eventos culturais, como a Bienal de Veneza e a Trienal de Milão. Trabalhou com artistas como
Gio Ponti e
Lucio Fontana em instalações, interiores e ambientes. Vigo também esteve associada a
Ettore Sottsass e
Alessandro Mendini, que foi o primeiro a dedicar a capa da revista
Domus ao seu trabalho.
Nanda Vigo estudou arquitectura na
École Polytechnique Fédérale de Lausanne e depois de se formar, ainda muito jovem, mudou-se para os Estados Unidos, atraída pela ideia de estudar com
Frank Lloyd Wright. Depois decidiu fixar-se em São Francisco, mas descobriu que o ambiente de design lá não nada tinha a ver com ela. A sua ideia da experiência americana mudou em 2014, quando o seu trabalho foi exibido no
Guggenheim, em Nova Iorque, como parte da mostra retrospectiva do
Grupo Zero. Vigo foi fundadora e membro do grupo de artistas ao lado de Heinz Mack, Enrico Castellani, Otto Piene, Yayoi Kusama e Piero Manzoni, que também foi parceiro de vida de Vigo até à sua morte em 1963.
Em 1959, regressou a Milão e iniciou uma carreira que prosperou na natureza multidisciplinar da cidade italiana e nos artesãos e fabricantes da área circundante. Em 1964,
Gio Ponti foi contratado para projectar a casa de um coleccionador de arte e Vigo criou os interiores em azulejos brancos e peles falsas. A linguagem visual de
Nanda Vigo foi caracterizada por uma fusão das suas obsessões: o espaço doméstico, a luz, a transparência do vidro e um senso de realidade suspensa. Como designer industrial, teve uma brilhante carreira trabalhando com algumas empresas na vanguarda do design, como Kartell , Flou, Glas Italia, Acerbis e Driade. Criou peças icónicas, destacando-se a primeira lâmpada halogena italiana
'Golden Gate' e
Due Più, a cadeira tubular de aço estofada com pele sintética. Ela abordou o espaço de uma forma muito peculiar.
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