O terrorismo jihadista na Índia, que no passado se limitava à rebelião separatista de Caxemira, agora está prestes a adquirir uma projecção global, à medida que a radicalização e o recrutamento se tornaram mais sofisticados graças às redes sociais e à Internet. Dizia-se que os muçulmanos no resto do país haviam rejeitado os movimentos radicais que afligem outros países islâmicos. Mas a situação mudou. Há um número crescente de muçulmanos da Índia continental que estão se radicalizando. Na semana passada foram presos três suspeitos de ligações ao Estado Islâmico. A polícia recebeu informações de que alguns suspeitos em Uttar Pradesh se tinham tornado activos e estavam tentando recrutar novos membros para lançar um grande ataque terrorista no país. As investigações iniciais sobre a explosão do comboio de passageiros de Bhopal-Ujjain em Março convenceu as agências de segurança de que foi a primeira operação importante do ISIS na Índia. Teme-se que a Índia possa ser um alvo no plano jihadista global de grupos como a al-Qaeda e o ISIS, que não só estão promovendo a violência através de células adormecidas, mas também atraindo jovens muçulmanos educados e com empregos de prestígio. Alguns são médicos e engenheiros motivados através da Internet ou das redes terroristas baseadas no Paquistão. Também se acredita que muitos jovens muçulmanos indianos estejam lutando no Iraque e na Síria. A
Indian Intelligence Bureau calculou em 2016 que a célula indiana da ISIS envolveu mais de 700 pessoas. Os dados sugerem que as pessoas que subscrevem esta ideologia estão presentes em toda a Índia, tornando cada vez mais difícil para as agências acompanhá-las. O Estado Islâmico é observado como uma séria ameaça à segurança. Os seus ideólogos não fazem parte de um movimento organizado, como os mujahedeen indianos, que eram relativamente fáceis de quebrar. É um fenómeno diferente. Apoia-se em diferentes células, sem ligação entre elas, e comandadas por diferentes operadores no exterior.
Sem comentários:
Enviar um comentário