Estava a cozinhar e tudo me me corria mal. Parti dois pratos, cortei o dedo e fiquei com os nervos em franja quando descobri que a frigideira, supostamente confiável, estava a largar farripas negras do Teflon. Merda, merda! Então lembrei-me do vídeo de
Martha Rosler (1943) intitulado
Semiotics of the Kitchen e desisti do caril de frango. Que se lixe! Corri para o computador e procurei o vídeo datado de 1975 onde a artista americana faz uma performance, assumindo o papel de uma dona de casa de avental e parodia as demonstrações televisivas de culinária popularizadas por
Julia Child na década de 1960. Só que manipula os utensílios de cozinha, num acesso de raiva e frustração.
Rosler, que vive em Brooklyn, utiliza vídeo, fotografia, texto, instalação e performance. O seu trabalho, sem dúvida magnífico, centra-se na esfera pública, explorando questões da vida quotidiana e dos meios de comunicação, da arquitectura e do ambiente construído, especialmente na medida em que afectam as mulheres.
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