quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Martin Margiela





Até parece que John Galliano tomou um ácido para criar a colecção primavera-verão 2019 da Martin Margiela Artisanal, dado o histórico de dependência química que quase arruinou para sempre a sua brilhante carreira na moda. Mas há uma boa dose alucinógena aqui, no cenário hiper-colorido caótico, que remete ao artista americano Kenny Scharf, e também nas roupas que reproduzem esses desenhos – tudo isso com efeito duplicado pela passarela espelhada. A mascote da coleção é um poodle é azul Yves Klein, que tal? Galliano explicou à imprensa através de um podcast! Ele quis falar da decadência nas artes em geral e, para ele, a decadência passa por todo tipo de excessos: do turbilhão de informações que chegam ao radar da geração Z a todo minuto à editora de moda Isabella Blow (1958-2007) que limpava sua mesa de trabalho com Chanel Nº5, entre outros exemplos díspares.o meio dessa explosão de cores, tons neutros como cinza e beige mostram que Galliano não renega a forte identidade do fundador da marca, o belga Martin Margiela. Ele desconstrói as peças, transforma casacos em bermudas, vira tudo do avesso, valoriza costuras aparentes etc e tal. E derruba qualquer restrição de gênero, mesmo na alta-costura, colocando indistintamente homens e mulheres na passarela.

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