quarta-feira, 15 de abril de 2020

Henry Kissinger

Henry Kissinger numa entrevista ao Wall Street Journal sublinhou que era preciso  descobrir uma cura para o coronavírus, bem como a aparente necessidade de proteger a "ordem mundial liberal"." .Enquanto os países em todo o mundo lutam para conter a pandemia de coronavírus COVID-19, o polémico ex-secretário de Estado dos EUA prevê tempos difíceis para a economia global. Kissinger elogiou a Casa Branca por fazer um "trabalho sólido para evitar uma catástrofe imediata", observando que o governo dos EUA agora precisa trabalhar de maneira eficiente para impedir a ameaça viral e afirmando que "quando a pandemia de Covid-19 acabar, as instituições de muitos países serão percebidas como tendo falhado ". Lembrou ainda que o mundo nunca será o mesmo após o coronavírus. "Precisamos desenvolver novas técnicas e tecnologias para controlar infecções e vacinas proporcionais a grandes populações", afirmou. "Cidades, estados e regiões devem se preparar de forma consistente para proteger o seu povo de pandemias, através de armazenamento, planeamento cooperativo e exploração nas fronteiras da ciência". Lembrou que a pandemia provocou "um anacronismo, um renascimento da cidade murada numa época em que a prosperidade depende do comércio global e do movimento de pessoas" e que as democracias do mundo precisam defender e sustentar os seus valores iluministas. "Uma retirada global do equilíbrio de poder com legitimidade fará com que o contrato social se desintegre nacional e internacionalmente", sublinhou.
Há quem considere Kissinger, de 96 anos, um personagem insensível e diabólico, responsável por perpetuar  guerra e grandes crimes contra a humanidade em detrimento da segurança nacional dos EUA. "Foi o talento único de Kissinger para fazer contactos, não apenas sua perspicácia académica ou sua leitura astuta da política de poder, que o tornaram uma figura tão formidável. E foi sua chegada ao cenário político no momento em que o mundo estava mudando da bifurcação ideológica do início da Guerra Fria - um duelo entre duas super-potências hierárquicas - para uma nova era de interdependência e "multipolaridade" que fez Kissinger precisamente (nas palavras da revista Time) "o homem certo, no lugar certo, na hora certa". (Politico mag)
O único livro que li sobre esta figura tão controversa foi The Trial of Henri Kissinger de Christopher Hitchens onde este brilhante polemista dizia que Kissinger merecia ser processado "por crimes de guerra, por crimes contra a humanidade e por ofensas ao direito comum ou consuetudinário ou internacional, incluindo conspiração para cometer assassinatos, sequestros e torturas". Considerava-o "um mentiroso com uma memória notável".

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